quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A cor do céu da boca

Adoro títulos de livros, são sempre geniais, criativos e muitas vezes não tem nada a ver com o conteúdo, com a história. Em homenagem a eles resolvi dar esse título nada a ver ao meu post. Porque não pensem vocês que eu vou gastar meus dedos digitando um texto sobre a cor do céu da boca. Nada disso.

Se tem uma coisa que eu não entendo e até postei isso no Twitter esses dias, são casais que namoram, casam, sem amam, transam, fazem filhos e juras de amor eterno e de uma hora pra outra viram inimigos, se ofendem, se xingam, se desrespeitam. Tudo bem que o amor acabe, que o tesão acabe, que os planos acabem, é normal e todo mundo está sujeito à isso. Mas pelo amor Deus, a civilidade, a educação e o respeito, esses não podem jamais acabar. Não to dizendo que um casal que se separa deve virar melhores amigos, só to dizendo que eles devem se tratar com decência e cordialidade. É o mínimo que se espera de duas pessoas adultas e que um dia foram maduras o suficiente pra encararem os desafios de uma vida juntos. Por pior que tenha sido o fim do relacionamento, nada justifica a falta de civilidade e educação.

Uma coisa é certa em 2010: eu VOU TER QUE resolver a minha vida. Sob vários aspectos.

Eu admito publicamente: sou antipática, e daí? Na boa, prefiro ser antipática do que boba alegre. Detesto gente que sorri 24 horas por dia, 365 dias por ano. Um pouco de azedume tempera a vida de vez em quando.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

o que eu faço da vida?

Todas as manhãs sinto inveja daquelas mães que empurram seus carrinhos de bebês com um insuportável ar de felicidade. Não é que eu inveje os bebês, invejo a certeza que aquelas mulheres ostentam. Sabem o que vão fazer da vida nos próximos anos - cuidar dos filhos.

Também sinto uma inveja profunda de uma ou duas amigas que são executivas poderosas, destas que têm 30 ternos no guarda-roupa e uma agenda lotada de compromissos importantes, nos quais têm presença imprescindível. Sabem o que vão fazer da vida até que o plano de aposentadorias lhes sorria.

E, pior, confesso, também invejo os que estão seguros de suas escolhas medíocres, dos seus universos limitados, das suas possibilidades pequenas, porém, decentes. Sabem que não vão sofrer deste mal que estou sofrendo agora - pensar no que fazer da vida, a quem dedicar o sentido das coisas.

Fui educada para entregar minha vida a cuidar de marido, filhos. Só me ensinaram a dedicar minha vida aos outros. E agora que posso dedicar minha vida a mim mesma, não tenho a menor ideia de por onde começar...

Na minha mais profunda insegurança, nos meus medos mais escondidos, o que eu mais temo é não saber que rumo tomar, que escolhas fazer, e, de repente, ser surpreendida pelo tempo passado, pelo pretérito da vida que ficou pra trás, pelas aspirações que não se concretizaram.

Queria ser dessas que sabe o seu tamanho, consegue ser feliz com o que tem, seja lá o que for, e toca a vida pra frente, porque é pra frente que se precisa se viver. Queria ser dessas pessoas que simplesmente conseguem dedicar a vida à alguém sem pensar no assunto.

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Não fui eu que escreivi este texto, mas é exatamente assim que eu sinto e penso atualmente. Pronto, falei.