segunda-feira, 30 de março de 2009

Poucas&Boas

4 horas no cabeleireiro no sábado e eu me transformei numa pessoa de cabelos lisos escorridos. Valeu cada minuto aquadradando a bunda naquela cadeira. Valeu cada segundo com o pescoço ardendo de dor naquele lavatório. Além de lisa agora sou também muito mais feliz.

**************************************************
Gente, pelo amor de Deus, aquela chata da Ana Carolina vai ganhar o Big Brother Brasil 9!!!!!! O que será que o povo tanto gosta nela? Guria mimada, vive miando pelos cantos, é egoísta e simplória. E falando em BBB, o Flávio e o Max vão casar certo quando o programa acabar, né? Não vejo outro futuro pros dois que não seja dividindo os lençóis.

**************************************************
Detesto a Ivete Sangalo como já coloquei por aqui, mas devo admitir que a presença dela e da Xuxa no Altas Horas de sábado foi hilária. Elas simplesmente não deixaram o Serginho falar e praticamente comandaram o programa. Gostei.

**************************************************
Quarta vou no jogo da Seleção. Nunca pisei num estádio de futebol, nunca vi uma partida de futebol de campo ao vivo. Só espero não me decepcionar com um joguinho de merda apresentado pelos profissionais da bola, como foi ontem contra o Equador. Tem que valer a pena os R$ 150,00 do ingresso.

****************************************************
Agora me dêem licença que vou fazer uma massagem.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Certezas

Não adianta, pra se dar bem nessa vida tudo é uma questão de saber exatamente aquilo que se quer.
Se tem certeza que quer seguir a carreira médica, é sabido desde sempre que muitos anos de estudo e dedicação serão necessários; muitas festas, amigos, família, noites e dias serão abdicados em nome dessa vontade. Não há outro jeito.
Se tem certeza que quer passar um ano morando no exterior, é certo que pelo menos por um longo outro ano a economia será a palavra chave da vida. Gastar dinheiro com roupas, sapatos, jantares e todos os outros supérfluos estão fora de cogitação se o desejo é morar em Londres, Nova York ou até mesmo na África do Sul.
Se quer casar, ter filhos, comprar casa com jardim e constituir família, é inútil se relacionar com um solteirão convicto porque dificilmente ele vá abdicar desta condição à seu favor.
O problema todo é saber o que se quer. A gente sempre sabe o que os outros querem e é tão mais fácil resolver a vida de terceiros do que a nossa própria. E é tão absurdo porque as repostas, os desejos e as certezas moram aqui, bem dentro de nós. E mesmos assim a gente não consegue encontrá-las.

quarta-feira, 25 de março de 2009

A felicidade mora na cabeça

As crespas, onduladas, encaracoladas, carapinhas, frisadas, desbastadas que me desculpem, mas só as lisas são felizes.
Digo isso com toda a propriedade e baseada na rápida evolução das tecnologias que surgem diariamente para alisar os cabelos mais problemáticos: milhares de modelos de chapinhas (de porcelana, de íons, com infra-vermelho), muitos xampus à venda nos melhores supermercados, muito leave in, muita pomada, muito creme de tratamento e muita química nos salões de beleza. Escova progressiva, escova definitiva, escova japonesa, escova de chocolate, escova gradual de chá verde, alisamento turco, só pra citar alguns, já que existe uma infinidade de técnicas capaz de deixar lisinho o mais crespo dos cabelos. Ou vai querer me dizer que você já viu a mesma quantidade de investimento pra deixar o cabelo crespo? Não, você nunca viu porque não existe. Ninguém quer ter o cabelo crespo ou ondulado pra sempre, isso é fato.
Não adianta, o alisamento é o Prozac pros cabelos, é a melhor invenção do mundo feminino depois da pílula anticoncepcional e da máquina de lavar roupa. Ou vai me dizer que você, amiga com problemas capilares, acorda feliz quando se olha no espelho do banheiro de manhã e se acha a cara da Meduza, com uma ponta do cabelo pra cada lado? Vai me dizer que você não vive com um arsenal de borrachinhas, piranhas e passadores na bolsa pra prender o cabelo no menor sinal de rebeldia? Vai dizer que você não acorda duas horas mais cedo do que o costume pra fazer uma escova e garantir o mínimo de tranqüilidade naqueles dias chuvosos do nosso inverninho? Se você não precisa recorrer a isso, parabéns, você É uma pessoa privilegiada e feliz.
Mas a maioria de nós não nasceu com esse dom do cabelo liso, esse gen não está no sangue das brasileiras, é uma pena, eu sei. E confesso aqui o meu sofrimento diário por causa do meu cabelo, que não é liso, não é crespo e tem um volume de fazer inveja à qualquer juba de leão africano. Nunca, jamais, em hipótese alguma eu saio de casa sem uma piranha pra prendê-los, e tenho várias espalhadas por locais estratégicos por onde ando: no carro, no escritório, na bolsa, na casa do namorado. Faço hidratação toda a semana com um produto que custa mais do que o salário mínimo do trabalhador brasileiro e que promete alisar e domar os fios. Nada. Uso todos os xampus, condicionadores, cremes pra pentear, leave ins indicados pra cabelos rebeldes. Nada. Faço eu mesma chapinha em casa quando tenho tempo. Nada, nem isso resolve. Já perdi horas fazendo touca, a mais primárias das técnicas de alisamento, pra ter o privilégio de pelo menos por um dia acordar bem. Nada.
Agora resolvi que vou ser feliz, que vou dar uma dose de anti depressivo pro meu cabelo stressado e vou partir para a terceira escova progressiva. Não me importa se tem um litro de formol ou se vão usar tioglicolato de amônia, o que me interessa é ficar L-I-S-A, lisinha, balançando os cabelos que nem as modelos dos comerciais de xampu.
Me aguardem porque eu vou voltar uma pessoa melhor: lisa

terça-feira, 24 de março de 2009

Preciso DEMAIS desabafar

Eu -O-D-E-I-O gente grande que fala que nem criancinha
O-D-E-I-O gente que não tem sotaque, mas adora falar que nem caipira
O-D-E-I-O bater papo de manhã, eu preciso do meu silêncio matinal
O-D-E-I-O gente que tenta ser legal
O-D-E-I-O gente metida
O-D-E-I-O gente que tá sempre feliz (colaboração da minha amiga londrina Luana)

Pronto, falei.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Eject

Algumas celebridades do mundinho televisivo, da mídia impressa e da música ao meu ver poderiam ser ejetadas pra outra dimensão. Poderiam se candidatar a irem todas juntas no mesmo foguete espacial, procurar pessoalmente pela existência de vida inteligente fora da Terra.
Para essa missão eu escalaria:
Ivete Sangalo como comandante
Cláudia Leite como co-piloto (sem esquecer, é óbvio, de tirar leite e deixar nas mamadeiras pro pobre coitado que ela resolveu por no mundo)
Luana Piovani pra descer da nave à procura de algum vestígio de vida e ser sugada pelo buraco negro
Fausto Silva e seu guarda-roupa pra lá de cafona
Susana Vieira e todos os seus namorados (vivos e mortos)
Priscila Fantin só porque eu não suporto aquela cara de fuinha que ela tem

Alguém mais tem alguma outra sugestão?

Apelo

Sabe qual é o grande problema do trânsito nas grandes cidades? Além da quantidade absurda de carros que está fugindo do controle, o problema é a qualificação dos motoristas. Tem cara que tem carteira de habilitação, mas não é capaz de dirigir um auto choque no parque de diversões, tão maneta que é. Tem outros que se acham a reencarnação do Ayrton Senna e transformam as vias em autódromos. Tudo bem, tem motorista que anda correndo, mas tem noção e principalmente, conhece o carro que tem. Esse item é outro problema do trânsito: neguinho dirige um Celta achando que ta a bordo de uma Ferrari e esquece que o carro dele não tem motor potente e nem cavalos suficientes pra superar certas marcas e obstáculos. Nas estradas então chega a ser engraçado aqueles Celtinhas, Uninhos e todos os outros inhos da geração 1.000 tentando ultrapassar caminhões numa curva.
Outro problema e pra mim o mais grave: muitos motoristas que estão dirigindo não prestam a atenção naquilo que estão fazendo. Quer exemplo maior disso é a campanha “use o pisca” que a rádio Ipanema lançou há um tempo. Pois é, agora além de campanha pros caras não correrem, não beberem quando estiverem dirigindo, chegou-se ao cúmulo de ter campanha pro neguinho dar o pisca. Piada, né? Não, não é. Outros exemplos da falta de atenção dos motoristas: dirigir sem os faróis ligados durante a noite (sábado vi uma senhora saindo do Iguatemi de noite, dirigindo um novíssimo Palio Adveture Locker, sem acender as luzes), esquecer o pisca ligado (hoje vindo pro trabalho na BR uma mocinha dirigiu um C3 com o pisca ligado por quilômetros. O pisca indicava a direita, mas ela ia pra esquerda. Não tava ligada no que tava fazendo), ter uma das portas do veículo aberta, ultrapassar pela direita (dia desses na estrada um senhor teve o peito de me ultrapassar pela direita, no acostamento).
Galera que dirige por aí, se liga no que ta fazendo, presta a atenção em si mesmo e nos outros. Só assim a gente vai poder amenizar um pouco o sofrimento do trânsito na nossa cidade.

sábado, 21 de março de 2009

Spam Telefônico

Quando eu fiz a assinatura da TV a cabo aqui em casa, adquiri também um plano de acesso a internet e um telefone fixo, já que saía mais barato. É o muito conhecido Net Combo, cuja propaganda é non sense com um general russo.
Não sei o número do meu Net Fone, nunca passei pra ninguém e só uso pra ligar pra casa do meu namorado vez ou outra, já que ele também tem um Net Fone e por isso a ligação é grátis. Nunca registrei esse número em cadastro de loja ou banco ou site na internet. Não tenho interesse nenhum em divulgar meu telefone fixo simplesmente porque não quero que ele toque. Simples. Meu direito.
Eis que na madrugada de um sábado, às 9h30 (pra mim num sábado esse horário ainda é madrugada) acordo com o coração na boca pelo susto que tomei ao ouvir o tal telefone tocando insistentemente. No torpor do meu estado de semi consciência por conta do sono, é óbvio que não perdi meu tempo levantando da cama pra atender. Mas perdi o sono, despertei e acabei saindo da cama mais cedo do que o pretendido.
Ontem a noite - veja bem, uma sexta-feira - o Net Fone começou a tocar de novo e mais uma vez fui acordada, já que estava tirando um soninho tri bom no sofá da sala depois de um dia de trabalho. Dessa vez resolvi atender e era uma empresa de pesquisa de mercado querendo me entrevistar. Dei uma curva na senhora que estava do outro lado da linha e desliguei pois não tava com saco pra ficar respondendo questionário, além de ter ficado indignada pelo fato de como descobriram o número e pó, querer fazer pesquisa de mercado numa sexta-feira a noite é pra matar!
Hoje de manhã novamente sou acordada do meu rico sono matinal pelo maldito Net Fone tocando mais uma vez. De novo não atendi, mas perdi o sono e acabei levantando. Poucos instantes de eu começar a escrever este post mais uma vez o telefone tocou e eu atendi. Era uma gravação sei lá eu da onde fazendo propaganda sei lá eu de que. Senhor, o que é isso????? Spam telefônico agora?????? Não bastasse a gente ter que sofrer com essa invasão nas caixas de e-mail agora vamos ter que agüentar ligações indesejadas no telefone também????? Não, né? ´Too much. Menos, bem menos.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Soundtrack

Eu acho incrível o poder que uma música tem de nos fazer voltar no tempo, de reviver alguma coisa que já passou e que foi boa ou ruim. Isso pra mim funciona muito porque minha vida sempre foi embalada por uma extensa trilha sonora, que começa com Menudos, passa pela Xuxa, Paralamas do Sucesso, Titãs, Rolling Stones, Sade, só pra citar alguns.
Toda vez que eu ouço o CD Memórias, Crônicas e Declarações de Amor da Marisa Monte, vou parar no ano de 2000, mais precisamente no mês de julho, e me lembro de quando deixei o interior pra vir morar na capital. Estava de casamento marcado pra dali 4 meses quando o noivo resolveu que não queria mais, que tinha enjoado de mim. Nunca ouvi nada tão libertador em toda a minha vida e 30 dias depois do fatídico anúncio já estava desembarcando em Porto Alegre. Nessa mesma época a Marisa Monte estava lançando o CD Memórias Crônica e Declarações de Amor depois de um longo período de jejum musical e nas vésperas de vir embora, eu fui no show dela com uma prima e as músicas acabaram virando trilha sonora pra despedida daquela vida que eu estava deixando pra trás. “Por isso não vá embora, por isso não me deixe nunca, nunca mais” e eu lembro daquele domingo de chuva em Porto Alegre, do meu pai chorando feito criança quando tirou minhas malas do carro e quando me abraçou com força na despedida.
Quando eu ouço Mick Jagger, especialmente uma música chamada God Gave Me Everything, eu lembro do meu namorado e de todo o começo da nossa história, há quase 3 anos. Lembro das madrugadas que passávamos insones, lembro de uma viagem que fizemos pra Montevidéu bem no comecinho do namoro e que vai ficar guardada pra sempre na minha memória, lembro das tantas idas de carro pra Pelotas naquela infinita highway, lembro de um nascer do dia no aeroporto e de tanta coisa boa que fizemos e vivemos juntos em todo esse tempo.
Donavon Frankenreiter sempre me remete à praia, mais especificamente à Guarda do Embaú onde passei o verão de 2007 numa casa simplesmente fantástica que dava de frente pro mar com mais 13 pessoas. Foi no fevereiro dos meus 30 anos e ainda tive o privilégio de ganhar do meu namorado o CD Move By Yourself com votos de um feliz aniversário e autógrafo do próprio Donavon, que abriu o show do Ben Harper poucos dias antes de embarcarmos praquelas férias inesquecíveis em Santa Catarina.
Best Of You, do Foo Fighters, Don’t Stop Me Now, do McFly, Ruby, do Kaiser Chiefs e Grace Kelly, do Mika me fazem sempre pegar o primeiro vôo direto pra Londres e andar de novo por aquelas ruas da cidade que conheci há 2 anos e que tanto amei. Especialmente a música do Foo Fighters me traz lembranças maravilhosas dos poucos, mas intensos dias que passei por lá. Foi em abril de 2007, estive em Londres com meus pais pra ir visitar meu irmão que na época morava na cidade. Lembro com nitidez das casas,das ruas,do clima, dos cheiros de cada um dos cantos por onde andei todas as vezes que Dave Grohl canta os primeiros versos: "I’ve got another confession to make, I’m your full". Puta que pariu, só de escrever esse pedacinho da letra já me tele transporto de volta pra Londres. Don’t Stop Me Now me leva de volta pra uma noite, depois de um show do Bob Dylan, em que eu e o meu irmão entramos num pub no SoHo pra tomar uma cerveja. O lugar estava cheio, as mesas todas ocupadas com pessoas conversando e bebendo numa boa. De repente essa música começou a tocar no lugar e todo mundo levantou das mesas e começou a cantar muito alto e a dançar. Foi incrível, eu fiquei besta de ver. Lembro que comecei a filmar e a fotografar a cena porque foi mesmo sensacional, aquela música parecia que fazia efeito sobre as pessoas, especialmente nos australianos que eram os mais animados com suas bochechas rosadas de tanta cerveja.
Já to providenciando pra manter sempre meu IPod lotado de muita música pra seguir sempre adicionando melodias e refrões aos momentos que ainda virão pela frente.

I'm burning through the sky yeah
Two hundred degrees
That's why they call me Mr. Fahrenheit
I'm traviling at the speed of light
I'm gonna make a supersonic man out of you
Don't stop me now
I'm having such a good time
I'm having a ball
Don't stop me now
If you wanna have a good time just give me a call
Don't stop me now ('cause I'm havin' a good time)
Don't stop me now (yes I'm havin' a good time)
And don't want to stop at all

E qual é a trilha sonora da tua vida? Escreve aí nos comentários.

terça-feira, 17 de março de 2009

O corpo humano do milionário e outras histórias

Poucos programas podem ser tão bons num sábado a tarde quanto ir pro shopping com uma amiga, pegar um cineminha e fazer umas comprinhas. Há muito tempo que eu não fazia isso por dois motivos: só costumo ir ao shopping com meu namorado e não tenho comprado nada pra mim. Mas no sábado que passou resolvi tirar uma tarde mulherzinha pra ir à Meca do consumo com uma amiga à princípio pra ir ao cinema, mas óbvio que não conseguimos controlar nosso impulso consumista e nos atolamos na liquidação mais próxima.
Fomos assistir ao vencedor do Oscar “Quem Quer Ser um Milionário?” e particularmente achei o filme bem legal, bem feito, inteligente. Não sei se merecia o Oscar de melhor filme, acho até que O Curioso Caso de Benjamin Button é que deveria ter levado o homenzinho dourado, mas pelo menos o filme cumpriu seu papel principal: entreter. É impossível não ficar grudado na história querendo saber o que vai acontecer a cada nova cena, é impossível não se emocionar com a história dos indianos protagonistas do filme e é impossível ficar impassível diante da beleza da Índia, apesar da miséria.
Saindo do cinema, fui acompanhar a tal amiga na busca por uma calça jeans e acabamos perdidas na M.Officer. Resumo da história: ela saiu com uma calça jeans, eu com duas e ainda um par de botas estilo cowboy. Sempre sonhei em ter botas estilo cowboy, daquelas com o cano médio, cortado nas laterais, bico fino e cheia de detalhes, mas no inverno passado percorri todas as lojas de calçados da cidade e não encontrei o que procurava. Mas agora tenho as minhas botas de cowboy. Junto com o sonho das botas comprei também uma calça jeans toda rasgada que habitava o meu imaginário há tempos. Agora sou uma pessoa feliz.
E neste sábado que passou fui ver a exposição O Corpo Humano, em cartaz no Barra Shopping. Não achei chocante aquele monte de gente morta e retalhada, talvez porque o trabalho de dissecação dos corpos tenha sido tão bem feito que elas não pareçam ser pessoas mortas e retalhadas, cujos pedaços estão expostos literalmente como carnes embaladas no supermercado. Vá lá, olhe os músculos que compõem o nosso corpo separadamente dentro de caixas de vidro e depois me diga se não parecem pedaços de carne embaladas à vácuo que se compra no açougue do supermercado pro churrasco de domingo. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Mas tirando esse fato, a exposição é interessantíssima e permite com que nos conheçamos por dentro de verdade. Ao final daquele passeio insólito, concluímos eu e meu namorado que somos todos iguaizinhos, compostos das mesmas células, dos mesmos órgãos, tecidos, fibras e veias e que ao mesmo tempo, somos todos totalmente diferentes e únicos.

terça-feira, 10 de março de 2009

You only live once

A minha amiga que estava com câncer faleceu há uma semana. A doença veio à galope e levou a Ana em pouco mais de 2 meses. Uma pena porque o mundo com certeza perdeu uma pessoa do bem, com uma alma generosa e um sorriso sincero sempre estampado no rosto.
Nunca antes na vida tinha enterrado uma amiga. Enterrei dois avôs e alguns tios, mas nunca alguém que não fosse da família e foi estranho e triste ver uma amiga indo embora. Foi então que me dei conta de que a gente só vive uma vez e que por isso é obrigado a fazer nessa vida tudo o que nos der na telha, obviamente sem causar danos pros outros e pra nós mesmos. De preferência somos obrigados a fazer coisas que tragam o bem, a felicidade, que pinguem um pouco de alegria no nosso dia-a-dia tão massacrante.
Eu já fiz muita coisa nessa vida e penso que se tivesse que morrer hoje estaria tranqüila porque sei que aproveitei ao máximo tudo o que pude. Eu juntei muitos amigos, eu viajei com a família muitas vezes, eu brinquei na areia, tomei banho de piscina até murchar, pulei muitos carnavais, conheci a Europa, virei noites, vi muitos dias nascerem na beira da praia, trabalhei muito, disse muitos “eu te amo”, realizei alguns sonhos, ganhei algum dinheiro, tomei muito banho de mar, pisei na areia, chorei de tanto rir, ganhei uma afilhada, me apaixonei muitas vezes, beijei muitas bocas, dancei até cansar, fui a muitas festas, a poucos velórios e a vários casamentos.
Mas mesmo tendo feito tudo isso e muito mais, me dou conta de que ainda quero outras coisas dessa vida e que por isso partiria um pouco triste se fosse chegada a minha hora. Quero uma casa com jardim pra poder ter um cachorro, quero poder dar um presente inesquecível pra alguém, quero conhecer a Índia, Nova York e Sidney, quero mais festas em família, almoços de domingo com a mesa cheia, quero mais afilhados, mais amigos, mais trabalho, mais dinheiro, mais beijos na boca, mais banhos de mar, de piscina e de banheira. Quero mais “eu te amo”, mais casamentos, mais música boa pra ouvir bem alto e dançar até doerem as pernas, quero mais dias raiando, mais luas cheias, mas dias de sol, mais livros, mais domingos com chuva, mais edredons, mais noites pra dormir de conchinha.
Quero mesmo é mais tempo pra poder fazer tudo isso porque eu só vou viver uma vez.

quinta-feira, 5 de março de 2009

We're never gonna survive unless we get a little crazy

Eu tenho uma teoria de que os homens gostam é das mulheres loucas, embora eles adorem encher a boca pra reclamar delas, dizendo que são ciumentas, barraqueiras, inseguras.
Digo isso baseada no depoimento de amigos próximos que não só namoraram como casaram com loucas e na observação que faço do próprio comportamento feminino através de amigas que tenho. E sou categórica em afirmar que os caras gostam daquele tipinho de mulher que vive pegando no pé, que controla o futebol, que restringe os programas e faz cara feia pros amigos.
E agora lendo nas páginas amarelas da Veja a entrevista do Pelé, o rei do futebol, o ícone da cultura brasileira no exterior, eis que comprovo publicamente em cadeia nacional a minha teoria com um comentário que ele fez à respeito da sua ex mulher, Assíria. Olha isso:
Veja: O senhor continua solteiro?
Pelé: sim, e não estou procurando namorada. Vai aparecer naturalmente e todo mundo vai saber, como soube quando comecei a namorar a Xuxa. Todo mundo soube quando me casei e quando decidi me separar da Assíria, que é um pouco radical com a religião evangélica. Ela levava os pastores para casa, mas eu não podia levar meus camigos católicos. Em catorze anos de casamento, só pude receber meus amigos em casa duas vezes.
Reparem bem nessa última frase e concordem comigo depois: quem é que se sujeita a passar 14 anos casado com alguém que o proibe de levar seus amigos na sua própria casa?
No mínimo só quem gosta, né?
Eu não disse que os homens gostam é das loucas?

domingo, 1 de março de 2009

Por um fio

Hoje o dia amanheceu menos colorido e não só porque ta nublado em Porto Alegre, mas porque uma pessoa especial e de aura da cor do arco-íris tá muito doente no hospital.
Conheci a Ana logo que me mudei pra cá, há quase 9 anos. Trabalhávamos juntas na mesma empresa, eu, ela e a irmã dela. Trabalhávamos e também nos divertíamos muito rindo de nós mesmas e das bobagens que os guris, nossos colegas, diziam o dia todo.
Como perto da agência não tinha restaurantes bons pra se comer, levávamos marmita e comíamos juntas na cozinha sempre. E eu morria de rir das histórias que a Ana e a Kátia, a irmã, contavam da família delas. No fim do dia subíamos as três juntas pra pegar o ônibus de volta pra casa.
Acabamos virando amigas e passei a frequentar a família das Dornelles, gente simples, humilde, mas muito mais interessantes do que muito nariz empinado que anda por aí. Adorava ir nas comemorações deles, sempre cheias de tios, primos, sobrinhos crianças correndo.
Mesmo depois de ter saído da agência onde trabalhamos juntas nunca deixei de ter contato com as Dorneles, falávamos pela internet, às vezes pelo telefone, fui à festa de 15 anos da filha mais velha da Ana, depois fui no chá de fralda dela quando descobriu que tava grávida da Gabi, e a última vez que encontrei com elas foi no aniversário de 2 aninhos da Gabi.
Pois hoje quando acordei fui acessar meu Orkut e havia um recado de uma outra irmã delas dizendo que precisava muito falar comigo. Liguei e veio a notícia triste que escureceu todo o meu dia: há 30 dias a Ana descobriu que estava com câncer num estágio já bem avançado, fez algumas seções de quimioterapia que não surtiram efeito e agora está na UTI, respirando com ajuda de aparelhos e sem muitas perspectivas de melhorar.
Fiquei muito chateada com a notícia, ainda mais por se tratar de uma doença tão devastadora que foi logo atingir uma pessoa tão boa e de bem com a vida como a Ana. Fiquei pensando no Sandro, marido dela, na dor que ele deve estar sentindo por ver sua companheira assim tão mal. Pensei na Nanda, a filha mais velha e que da noite pro dia teve que se transformar em mãe pra tomar conta da Gabi. Com toda a certeza essa família não merecia passar por isso, assim como muitas outras que também ja enfrentaram uma enfermidade.
Eu não sou uma pessoa de fé, talvez precisasse ser mais, mas vou pedir à Deus que cuide da Ana, que cuide da família dela.