sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Out of Office

Desde ontem e aos poucos a cidade está voltando ao seu caos normal pós férias. Acabou a mamata. Acabou o sossego. Acabou a paz. Acabaram-se as ruas vazias, as vias livres, o trânsito fluído e descomplicado. Acabaram-se as compras sem pressa. Acabaram-se as chances de chegar ao cinema 10 minutos antes de começar a sessão e sentar na melhor poltrona. A manada voltou a tomar conta da cidade o que é uma lástima.
Deveriam ter seguido o exemplo de muitos e ter ido de mala, cuia e sem passagem de volta pra praia. Deveriam povoar as praias e deixar a cidade quieta que assim ela fica muito mais bonita. Deveriam ter ficado pelo litoral para encontrar aquilo que todo mundo almeja, a tão sonhada qualidade de vida. Deveriam plantar hortinhas no jardim e se alimentar daquilo que produzem. Deveriam caminhar na beira mar de manhã cedo pra arejar os pulmões, o que certamente faria com que nunca mais reclamassem de rinites e outras alergias causadas pela cidade.
Faço aqui o meu apelo à todos aqueles que voltaram para a cidade e àqueles que estão por voltar neste domingo quando enfim, o ano começa: FIQUEM NA PRAIA. Vocês serão muito mais felizes e eu também.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Perguntas sem respostas

Não bastasse ser bonita, ainda tem o marido mais desejado do mundo que dança falando coisinhas ao pé do ouvido. Ai, ai, ....

A frase do ano do mundinho do cinema

De Sean Penn, numa festa pós Oscar, ao encontrar sua ex mulher Madonna que estava acompanhada de Jesus Luz: "O que? Já adotou outra criança?"

A musa do carnaval 2009

Que Viviane Araújo que nada.
Olhem as coxas da minha borboleta e vocês vão ver que ela é muito mais gostosa do que essas toras que rebolam por aí.



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

C.H.U.V.A

Ontem a noite choveu em Porto Alegre, fato esperado e previsto há dias.
Saí do trabalho e fui pra academia e quando saí de lá o calor que fazia na rua era insuportável. O céu estava cinza, pesado e já era possível sentir aquele cheiro de terra molhada que anuncia que vem água pela frente.
Cheguei em casa, jantei, tomei meu banho e alguns minutos depois uma forte chuva desabou do céu, trazendo com ela uma brisa fresca e suave. Resolvi curtir a cena na sacada do meu apartamento, fiquei ali parada, contemplando a água que caía na rua. E foi então que comecei a pensar que há muito tempo eu não tomava um banho de chuva, talvez há mais de 20 anos. Enquanto deixava os pingos molharem minhas pernas, lembrei de quando era criança e de como eu adorava tomar banho de chuva na rua lá de casa, de como era boa aquela sensação de ter um chuveiro fresquinho e muito grande pra aliviar o calor das tardes de brincadeira.
E foi ali, na sacada da minha casa ontem de noite contemplando a chuva, foi que eu me dei conta de que havia crescido e virado uma adulta. Porque adultos não tomam banho de chuva. Adultos, aliás, detestam chuva. Adultos se protegem com suas sombrinhas, andam debaixo de marquises, se abrigam debaixo de pastas ou casacos para que os pingos d’água não estraguem seu visual.
A vida seria muito, mas muito melhor e mais leve, se pudéssemos deixar nossas sombrinhas voarem ao vento e se nos permitíssemos alguns banhos de chuva pra limpar a alma uma vez que outra.

La cucaracha, la cucaracha, já não pode caminhar

No outro blog que eu tinha, o Lua Nova, escrevi mais de um post comentando a fobia que tenho de baratas. É tão forte o pavor que eu sinto que eu penso em baratas quase que 24 horas por dia e vivo olhando pelos cantos pra me certificar de que não serei surpreendida por nenhuma.
Mas assim como os cachorros sentem o cheiro de quem os teme, acho que as baratas sabem da fobia que tenho por elas e me perseguem. Contei no Lua Nova o episódio em que uma delas apareceu dentro do meu carro e me fez abandoná-lo em pleno meio da rua de noite. Na segunda aparição eu estava saindo de uma festa de casamento, toda linda e muito bêbada, quando dou de cara com outra infeliz caminhando sobre o painel do carro. Não tive dúvida outra vez: abandonei o carro no meio da rua e saí gritando de pés descalços que tinha uma barata no meu carro. Por sorte meu namorado estava no banco do carona e bancou o herói pra me socorrer. Você pensam que essa história se estanca por aqui? Ledo engano. Dia desses de manhã cedo estava tirando o carro da garagem pra vir trabalhar quando novamente dou de cara com uma barata caminhando sobre o painel do carro. Mais uma vez abandonei o veículo em plena via pública e fui socorrida por uns vizinhos, que encheram meu carro de veneno no afã de matar a mim e a barata.
Hoje de manhã cedo quando fui na cozinha de casa ligar o gás pra tomar meu banho, passei pela sala e vi que na sacada do meu apartamento havia uma barata. Mas não era uma baratinha qualquer, era uma mega barata, daquelas que voam. Catei o tubo de Mortem do armário, abri uma fresta do vidro e descarreguei o veneno em cima da infeliz, que ficou se revirando, se contorcendo e demorou pra bater as botas. Nada pode ser mais nojento do que assistir à morte de uma barata por envenenamento, ainda mais às 7h da madrugada. Não sei qual é o efeito do veneno no corpo da bicha, mas ela começa a se liquefazer, e uma gosma marrom desgruda do seu corpo. Argh!
Deixei o cadáver da barata jazindo na minha sacada, enchi as aberturas e frestas com mais veneno pra ter certeza de que ela não vai ressuscitar e entrar em casa e vim trabalhar, torcendo pra que as formigas e outros insetos dêem conta dela no almoço.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

The Paradise is Here

Todo ano o escritor Luis Fernando repete sua máxima de que o melhor lugar pra passar o verão é em Porto Alegre, também conhecida nesta época do ano como Forno Alegre.
Concordo com ele em 100% porque Porto Alegre se torna um paraíso nos meses de janeiro e fevereiro. Tudo começa pelo trânsito que fica simplesmente perfeito nessa época do ano. Engarrafamento e lentidão se transferem pra Freeway e pra Estrada do Mar e a cidade fica livre daquela multidão de veículos, um mais apressado que o outro para chegar ao seu destino. Caminhos que nos meses normais levam até 30 minutos para serem percorridos são feitos na metade do tempo agora. Um sonho!
Shoppings Centers, supermercados e cinemas ficam às moscas no verão de Porto Alegre, especialmente nos finais de semana. É uma delícia poder fazer as compras com calma e poder ocupar a melhor poltrona do cinema pra ver aquele filme que está cotado pra levar o Oscar.
Mas o melhor mesmo de Porto Alegre no verão é o tempo. Enquanto que no litoral os veranistas jogam sabão nos telhados pedindo que na manhã seguinte faça sol e que façam promessas pra que não tenha ventania na praia, em Porto Alegre o tempo bom reina plenamente. Todos os dias tem sol. Todos os dias faz um calor absurdo. Nunca tem vento. Há dias que a galera que trabalha com previsão do tempo diz que vai chover aqui, mas até agora nada, nenhuma gotinha caiu do céu. Uma delícia! Os coitados que vão passar as férias minguadas de 15 dias no litoral voltam dizendo que de sol só pegaram 9, no restante do tempo ou chovia ou estava nublado e frio. Pois aqui em Porto Alegre não tem isso, é 100% de aproveitamento garantido.
Já ta decidido: verão de 2010 vou alugar uma boa casa com piscina e vou passar meu verão em Porto Alegre. Sem trânsito, sem muvuca e com muito tempo bom.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dress Code

Constanza Pascollato teria uma síncope e Gloria Kalil um enfarte se passassem um dia aqui e observassem o dress code das pessoas, especialmente do sexo feminino. Eu não tenho a pretensão de me achar uma referência no quesito moda e elegância, mas sei que tenho o mínimo de bom senso e consigo escolher bem a roupa adequada para cada ocasião e sei que trabalhar de barriga de fora numa empresa de grande porte que não seja agência de propaganda é falta de noção total.
Pois aqui, que não é uma agência de propaganda, isso é muito comum. Poucas são as mulheres que se vestem de acordo para a ocasião, a maioria delas abusa das calças jeans apertadas, dos decotes, dos piercings e tatuagens à mostra” tudo junto ao mesmo tempo agora”. Isso sem falar naquelas que vem trabalhar com a mesma roupa que vão pra academia no final do expediente: legging, camiseta baby look e tênis. E olha que não é no Casual Day.
E o comprimento das saias? Teve um diretor que uma vez comentou que as mulheres aqui não tinham o menor problema pra se vestir de manhã pra vir ao trabalho, bastava colocar um cinto na parte de cima e outro na parte debaixo. Isso dá uma idéia de como são curtinhas as blusas e saias das colegas.
Nessas horas os homens sempre se saem bem, já que possuem uma gama bem menor de opções e nunca erram ao usar uma calça de tecido com uma camisa branca e um cinto. Os que tem noção fazem isso, porém, aqui muitos homens trabalham de bermuda.
E não pensem vocês que aqui se fabrica alguma coisa que justifique esse despojamento todo. Se fosse por isso as pessoas seriam obrigadas a no mínimo usar jalecos. Mas a fábrica foi embora há mais de 1 ano e levou com ela o código de vestimenta e o bom senso.

Wedding Day

Num intervalo de 8 meses fui à 4 casamentos e me sinto confortável pra emitir uma opinião sobre o que tenho visto e de antemão posso afirmar categoricamente que todos são iguais.
Vou começar pelo começo: o convite. A peça que anuncia o enlace e que por isso deveria ser diferenciada, permanece perdida no tempo. Se eu pegar o convite de casamento dos meus avós, ocorrido no começo do século passado e comparar com o do casamento que fui no último sábado, ficará claramente perceptível que são exatamente idênticos. A fonte manuscrita prateada, o nome dos pais no topo, o nome dos noivos centralizado, o mesmo tipo de papel, as iniciais gravadas no selo que fecha o envelope. Criatividade serve pra que mesmo?
Em relação à cerimônia religiosa, não tem muito o que mudar mesmo porque a igreja, sua filosofia e seus discursos continuam inabaláveis desde que Jesus pisou na terra, mas já que não dá pra inovar nessa parte, pelo menos que se inove na trilha sonora ou na decoração. Marcha nupcial não dá mais pra agüentar e não pode ser mais démodé.
Em festa de casamento e baile de carnaval de clube qualquer semelhança não é mera coincidência, a começar pelos personagens principais fantasiados de noivo e noiva. O resto fica por conta da distribuição de anéis que brilham, chapéus de cowboy, gravatas coloridas, boás, máscaras e claro, Cláudia Leite e Ivete Sangalo no talo pra (des)animar a festa. E é óbvio que em toda a festa de casamento que se preze a pista de dança é aberta na sequência pela valsa dos noivos, seguida de New York, New York e Whisky a Go Go. O mesmo repertório seeeeeeeeempre.
Eu nunca casei. Quer dizer, não assim, com igreja, padre, mãe chorando no altar, festa e lua-de-mel. Tentei duas vezes, mas nunca aconteceu o que me levou a crer que esse tipo de ritual não é pra mim. Gostaria muito de celebrar uma união no dia em que eu resolvesse juntar meus trapos com os do meu namorado, mas garanto pra vocês que faria tudo, mas tudo bem diferente do que tenho visto por aí. Porque de comum já vai me bastar dormir e acordar todo o dia ao lado da mesma pessoa.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Budget

Nunca me dei bem com números, desde pequena sofria pra passar sempre com as calças na mão nas provas de matemática e depois da 7ª série, rodei de ano várias vezes por causa dessa disciplina. Não adianta, não tenho intimidade com eles e olha que não foi por falta de tentativa, se levarmos em conta a quantidade de aulas particulares de matemática que eu tive na vida. Mas não deu certo, nossos santos não cruzavam e ponto. Por causa desse relacionamento problemático com números foi que eu escolhi fazer faculdade de propaganda, já que sabia desde sempre que nunca cruzaria com eles pelo caminho.
Por causa dessa total desconexão com zeros, uns e dois, minha vida financeira é uma bagunça total e eu vivo sempre no vermelho. Sou organizada pra tudo, menos pras minhas contas. E eu tento, e crio planilhas, e anoto tudo em arquivos eletrônicos e agendinhas de papel à moda antiga, mas nada resolve e eu nunca consigo viver um mês de tranqüilidade financeira, com um dinheiro sobrando na conta. Não, isso não é pra mim, eu gosto é de fortes emoções, é de viver na corda bamba financeira de não saber se vou ter algum pra comer no dia seguinte.
Eu sei que é o fim da várzea uma mulher de 32 anos dizer isso em público, que simplesmente não consegue organizar sua vida financeira, mas prefiro admitir a falha do que fingir uma coisa que eu não sou. Então, se alguém tiver alguma dica de como auto-gerir seu próprio budget, pode colocar aí nos comentários pra me ajudar.
Ou vocês preferem que eu peça doações em dinheiro?

Homem primata

Esses dias eu li em algum portal de notícias na internet sobre o caso de uma estudante de 18 anos, grávida, que teve o corpo queimado com uma mistura de creolina com gasolina num trote universitário aplicado por uma – pasmem – veterana do curso de – pasmem mais ainda – pedagogia.
É, pois é, um monstro (me recuso a chamar de bicho uma pessoa que tem esse tipo de atitude) como este estuda pedagogia. E pior: vai se formar e em pouco tempo estará lecionando para os filhos de muita gente. Já pararam pra pensar no exemplo de professora que as crianças terão? O que será que ela vai ensinar? Aposto que vai ser responsável pela cadeira de ciências.
Entendem agora porque existe tanta violência e maldade no país?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Baba de Boi

Eu queria que o nome do meu blog fosse Baba de Boi. É, baba de boi, como aquelas que voavam no céu nas tardes quentes de verão da minha infância no interior. Eu adorava ficar olhando as babas de boi passarem pela sacada do meu quarto, adorava acompanhar o movimento delas pelo nada e ficava tentando adivinhar de onde vinham e para onde estavam indo. E mais: ficava pensado se aqueles fiapos finos e brancos que voavam tão suavemente eram realmente babas que saíam da boca de algum boi. Estranho que é perto da minha casa não tinha nenhuma fazenda, sítio ou rancho onde pudesse ter um boi que babasse e soltasse suas babas não aproveitadas pelo ar.
O fato é que aquilo me fascinava, eu era capaz de ficar horas e horas viajando nas babas de boi. Na verdade eu sempre gostei de viajar e as babas de boi eram um meio perfeito pra fazer isso. Sempre fui introspectiva, sempre gostei de “entrar pra dentro” de mim mesma, mesmo que fosse apenas pra ficar pensando merda, como por exemplo, de onde vinham e pra onde iam as babas de boi.
Eu continuo gostando de viajar pra dentro de mim mesma, mas as babas de boi foram extintas. Não têm mais, sumiram assim como os vaga-lumes, que a gente caçava nos jardins quando era criança e depois colocava em vidros pra poder ficar observando o acender e apagar daquela luzinha misteriosa que eles tinham no rabo.

Agora eu preciso ir porque tenho contas pra fazer. Eu queria ter um rabo luminoso.

Eu voltei

Foram mais de 2 meses sem notícias, sem postagens, sem nem passar por aqui. Mas eu voltei e mais velha porque agora ja tenho 32 anos.
E às vezes eu paro e fico pensando nisso, que já tenho 32, que boa parte da minha vida já passou, que já fiz muita coisa, mas que ainda me falta fazer muito mais. Algumas coisas eu primeiramente penso que não tenho mais idade pra fazer, que ja perdi o time, que meu bonde passou lotado, mas depois volto atrás e vejo que é bobagem e que posso sim fazer o que eu quiser tendo 16 ou 46 anos. Isso se chama escolha.
E eu sou péssima pra fazer escolhas, aliás, sou péssima pra tomar decisões porque eu penso muito. Tem vezes que eu gostaria de ser mais impulsiva pra não sofrer tanto e pra não desperdiçar tanto tempo investindo em algo que não vale à pena, que é certo que não vai dar em nada. Mas além de indecisa eu sou esperançosa, eu sempre acho que ainda é tempo de uma virada total no rumo da história que vá justificar todo o tempo despendido.
E assim eu vou vivendo e sempre uma corda bamba porque nunca sei como vou acordar. Meu temperamento é tão instável quanto o tempo no litoral. Posso acordar ensolarada e daqui a pouco me trannsformar em tempestade, daquelas que passam e arrastam com tudo o que veem pela frente. Ou posso acordar tempestade e me transformar numa linda tarde de sol.
E tem dias que eu gostaria de ser outra pessoa simplesmente. Gostaria de ser mais durona, mais sexy, mais poderosa, mais rica, mais bonita, mais jovem. Gostaria de me olhar no espelho naquela hora fatídica de lavar o rosto e escovar os dentes e me enxergar diferente. Mas isso nunca acontece e nem sei se um dia vai acontecer.
Por hoje tá bom.