quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Baba de Boi

Eu queria que o nome do meu blog fosse Baba de Boi. É, baba de boi, como aquelas que voavam no céu nas tardes quentes de verão da minha infância no interior. Eu adorava ficar olhando as babas de boi passarem pela sacada do meu quarto, adorava acompanhar o movimento delas pelo nada e ficava tentando adivinhar de onde vinham e para onde estavam indo. E mais: ficava pensado se aqueles fiapos finos e brancos que voavam tão suavemente eram realmente babas que saíam da boca de algum boi. Estranho que é perto da minha casa não tinha nenhuma fazenda, sítio ou rancho onde pudesse ter um boi que babasse e soltasse suas babas não aproveitadas pelo ar.
O fato é que aquilo me fascinava, eu era capaz de ficar horas e horas viajando nas babas de boi. Na verdade eu sempre gostei de viajar e as babas de boi eram um meio perfeito pra fazer isso. Sempre fui introspectiva, sempre gostei de “entrar pra dentro” de mim mesma, mesmo que fosse apenas pra ficar pensando merda, como por exemplo, de onde vinham e pra onde iam as babas de boi.
Eu continuo gostando de viajar pra dentro de mim mesma, mas as babas de boi foram extintas. Não têm mais, sumiram assim como os vaga-lumes, que a gente caçava nos jardins quando era criança e depois colocava em vidros pra poder ficar observando o acender e apagar daquela luzinha misteriosa que eles tinham no rabo.

Agora eu preciso ir porque tenho contas pra fazer. Eu queria ter um rabo luminoso.

Um comentário:

Gislaine Marques disse...

Lu, será que o que tu chama de baba de moça é o que eu estou pensando? aqueles floquinhos com fiozinhos levinhos que voam? bota uma foto aí... deve ter na internet pra gente ver o que é. rsrs