domingo, 1 de março de 2009

Por um fio

Hoje o dia amanheceu menos colorido e não só porque ta nublado em Porto Alegre, mas porque uma pessoa especial e de aura da cor do arco-íris tá muito doente no hospital.
Conheci a Ana logo que me mudei pra cá, há quase 9 anos. Trabalhávamos juntas na mesma empresa, eu, ela e a irmã dela. Trabalhávamos e também nos divertíamos muito rindo de nós mesmas e das bobagens que os guris, nossos colegas, diziam o dia todo.
Como perto da agência não tinha restaurantes bons pra se comer, levávamos marmita e comíamos juntas na cozinha sempre. E eu morria de rir das histórias que a Ana e a Kátia, a irmã, contavam da família delas. No fim do dia subíamos as três juntas pra pegar o ônibus de volta pra casa.
Acabamos virando amigas e passei a frequentar a família das Dornelles, gente simples, humilde, mas muito mais interessantes do que muito nariz empinado que anda por aí. Adorava ir nas comemorações deles, sempre cheias de tios, primos, sobrinhos crianças correndo.
Mesmo depois de ter saído da agência onde trabalhamos juntas nunca deixei de ter contato com as Dorneles, falávamos pela internet, às vezes pelo telefone, fui à festa de 15 anos da filha mais velha da Ana, depois fui no chá de fralda dela quando descobriu que tava grávida da Gabi, e a última vez que encontrei com elas foi no aniversário de 2 aninhos da Gabi.
Pois hoje quando acordei fui acessar meu Orkut e havia um recado de uma outra irmã delas dizendo que precisava muito falar comigo. Liguei e veio a notícia triste que escureceu todo o meu dia: há 30 dias a Ana descobriu que estava com câncer num estágio já bem avançado, fez algumas seções de quimioterapia que não surtiram efeito e agora está na UTI, respirando com ajuda de aparelhos e sem muitas perspectivas de melhorar.
Fiquei muito chateada com a notícia, ainda mais por se tratar de uma doença tão devastadora que foi logo atingir uma pessoa tão boa e de bem com a vida como a Ana. Fiquei pensando no Sandro, marido dela, na dor que ele deve estar sentindo por ver sua companheira assim tão mal. Pensei na Nanda, a filha mais velha e que da noite pro dia teve que se transformar em mãe pra tomar conta da Gabi. Com toda a certeza essa família não merecia passar por isso, assim como muitas outras que também ja enfrentaram uma enfermidade.
Eu não sou uma pessoa de fé, talvez precisasse ser mais, mas vou pedir à Deus que cuide da Ana, que cuide da família dela.

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